Acreditei que os pedaços
Dentro do peito embargados
Serviriam de esmola etérea
Para os amores do porvir
Deixei-me acreditar
Que os cacos do que fomos
Ainda serviriam
Para provar o que somos
Ao que viesse existir
Já não há nós
Nem lembranças vivas
Nos ventos mortos
Da memória
Às velas rasgadas do tempo
(Pelos fragmentos finos do erro)
Pouco importa a vontade
Na calmaria latente
Aguardo a balsa atrasada
Com minha passagem já comprada
no guichê da luxúria
(12/2016)